9 de setembro de 2020
Foram apenas cerca de dois anos de ensinamentos para os alunos da UCP, mas as marcas e o conhecimento deixados pelo ex-professor Carlos Eduardo Rebuá Oliveira aos seus estudantes certamente perpetuam por toda sua vida. O docente que integrou o Centro de Teologia e Humanidades e o Programa de Mestrado e Doutorado em Educação (PPGE) da UCP, entre os anos de 2016 e 2018, foi homenageado por seus alunos após a notícia de sua morte, ocorrida no último domingo (06.09). O corpo do professor foi sepultado em João Pessoa, na Paraíba.
Os ex-estudantes do PPGE divulgaram um texto como uma forma de homenagear Rebuá e “expressar os mais profundos sentimentos por um colega, professor e amigo que nos deixou”. Para seus ex-alunos, “não há palavras para descrever o quão significativa a sua presença foi na trajetória de cada discente com quem Cadu, como nós o apelidávamos, teve contato e acabou deixando aqui seguidores fiéis de seu olhar sensível para a educação.”
Além de deixar os sentimentos à família e gratidão ao Cadu por toda contribuição na trajetória acadêmica, ao final, eles encerraram a homenagem com o próprio texto do professor, Lembrar Benjamin (uma alusão a Walter Benjamin, de quem Rebuá foi um grande estudioso de sua obra), substituindo BENJAMIN por CADU.
“Lembrar Cadu significa admirá-lo. Não uma admiração contemplativa, mas como afeto e encantamento com a potência de seus escritos, atuais porque organicamente colados à cultura, ou melhor, à sua crítica. Admiramos, muitas vezes, aquilo que nos impacta imprimindo uma dificuldade de classificação à primeira vista, como uma música de ritmo estranho ou um filme que não entendemos, ainda, mas temos a sensação que isto ocorrerá em breve, tamanho foi o impacto em nós. É recorrente a percepção da sedução de Cadu em seus primeiros leitores ou ouvintes, na arquitetura ou na filosofia, na história ou nas artes, nas epígrafes ou nos textos mais densos: gostam, mas é comum não saberem ao certo narrar para alguém, de forma imediata, porque aquilo lhes tocou, porque querem ler o autor novamente ou parar ali, naquele exato ponto do primeiro contato, do primeiro flerte”.